3 de Junho de 2011, sexta-feira
- Max! Apressa-te, ou faço-o sozinho! – foi o grito de Gus pelas escadas a cima enquanto eu subia de dois em dois degraus.
- Man, isso não vale. Fui eu quem teve a ideia… - ofeguei. – Quando chegar lá em cima estarás tramado!
- Isto é se chegares! – gargalhou descaradamente.
O meu sorriso sedento de vingança preencheu a minha cara, e aumentei a velocidade. Já restava só um lanço de escadas e já podia ver a porta do terraço do nosso condomínio tal e qual a luz do fundo do túnel. Repentinamente saltei para as costas do alto Gus, que cambaleou desequilibrado ao impacto até estatelar-se no chão. A sua resposta foi imediata com um riso e um empurrão. De entre risos e ofegues mal conseguia falar, até mesmo levantar-se do chão. O sol do meio-dia preenchia o primeiro dia de verão. O impacto meu e do Gus fez espalhar balões de água pelo chão, que potencialmente ansiavam por uma vítima seca. Consegui apalpar um com a minha mão e atirei-o para onde previa a localização do meu alvo.
- Ah! – berrou Gus. Em cheio! O corpo da minha vítima pingava de um líquido transparente, parecia estar neutralizado, mas não por muito tempo... Ele atacou-me de volta com outro balão com força. O líquido neutralizador espalhou-se pelo meu corpo encharcando completamente a minha roupa, não deixando nenhuma área seca. Por entre a minha franja molhada mal consegui distinguir Gus. Perdi. Como sempre. Ele era sempre bom em dar o troco e safar-se no final.
- Ah! – berrou Gus. Em cheio! O corpo da minha vítima pingava de um líquido transparente, parecia estar neutralizado, mas não por muito tempo... Ele atacou-me de volta com outro balão com força. O líquido neutralizador espalhou-se pelo meu corpo encharcando completamente a minha roupa, não deixando nenhuma área seca. Por entre a minha franja molhada mal consegui distinguir Gus. Perdi. Como sempre. Ele era sempre bom em dar o troco e safar-se no final.
- Descarado… - bufei por entre o meu cabelo.
- Olha quem fala! – riu-se. – Segura.
Senti algo macio a alcançar a minha mão repentinamente. Parecia uma toalha, instintivamente agarrei nela antes que caísse no chão. E com a outra mão levantei o cabelo da franja e atei-o com a borracha que tinha ao pulso. Gus já estava no parapeito extremo do terraço, já distraído com as pessoas que passavam por baixo, que nem imaginavam o que o observador estava pronto a fazer.
- Quais são as coordenadas, cabeça? – disse discretamente aproximando do meu cúmplice.
- Onde está “fucsia”? – Perguntou filtrando a multidão
- O alvo “fucsia” encontra-se atrasado, devo activar o isco?
- Prossiga.
Tirei o meu telemóvel e disquei o número da Amanda, o pretexto ao nosso ataque estava escondido numa acção dela. Infiltrar-se no registo da escola e mudar o nome de algumas pessoas para alcunhas estúpidas. Aproveitar da situação para castigá-la seria um plano perfeito, afinal ela também já tinha uma dívida connosco. Entregou-nos ao conselho pedagógico por ter-mos trepado a árvore do pátio da escola. Agora é a hora de ajustar as contas.
Com o meu número oculto ela não reconheceu-me. Inventei sobre uma baixa de preços numa loja de acessórios da rua ao lado, como estaria a caminho de casa, com certeza, não iria resistir em passar por lá… Isto se chegasse lá sem passar pela minha rua.
Funcionou perfeitamente, em menos de cinco minutos lá estava ela a virar a esquina com o seu andar coquete que fora interrompido por explosões de água que caíam ao seu redor. Tal como um coelho assustado correu para debaixo de um telhado evitando que a sua roupa de marca se destruísse. Levantou os olhos para ver a causa, mas tarde demais. Eu e o Gus baixámos a cabeça para que ela não tivesse ideia, além disso, ela nem sabe que moramos cá. Intimidada, Amanda apressou o passo e desapareceu na esquina. De entre risinhos espiávamo-la do terraço, deliciando do nosso triunfo.
- Com mil raios, já são duas e meia, a minha tia deve estar a minha procura. – levantei-me esfregando a toalha no meu cabelo ruivo que se tornara negro e apanhei um balão do chão.
- Tá bom, mas não te esqueças do jogo que te emprestei. Traz-mo quando puderes.
- Na boa. – sorri, pendurei a toalha na maçaneta da porta, e atirei o balão no Gus, distraído com a movimentação da rua, que se molhara mais uma vez. Desci as escadas a saltar para evitar a desforra dele.
- Podes fugir mas não te podes esconder, Max. - troçou.
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