Amanda vs. Max vs. Olivia
- Maxie, estava da passagem pela tua casa e deduzi que estarias cá para o almoço e vim ter contigo para te fazer uma proposta. – os meus olhos se semicerravam mais e mais a cada palavra que saía da boca de Amanda.
- E que proposta seria…? – perguntei cautelosamente.
- Quero… a minha equipa e eu, queremos que entres para a nossa equipa de cheerleading.
Fiquei aí incrédula a olhar para a cara bonita dela, senti um cheiro a queimado, não me agradava nada tê-la na minha porta a fazer uma estúpida proposta como essa. Mas não percebia. Porquê eu? Estará a chamar-me para uma armadilha? Quererá ela e a sua equipa partir todos os meus ossos durante os seus treinos de acrobacias mortais?
- Mas é claro!!! – explodiu a tia Olivia abrindo por completo a porta que eu segurava entreaberta com o meu pé, que me fez recolhe-lo de volta antes que o perca. A tia sorria de orelha a orelha expondo toda a sua dentadura pouco jovem, sorria e ofegava de felicidade. - Porque hesitas minha querida? Ela entra sim para a vossa equipa!
Desesperada quis esbofetear a minha tia ali mesmo, mas o cheiro a queimado distraiu-me. Pelo canto do olho jurei ver um sorriso malévolo estampado na sua boca.
- Entra querida! Vem almoçar connosco, o almoço já fica pronto! Vamos celebrar! Queres algo para beber, minha querida? - isso já estava a tirar-me fios de sanidade.
- Oh não minha senhora, muito obrigada mas ainda tenho de resolver alguns assuntos. – recusou-se educado-falsamente. – Adoraria mas só estou de passagem…
- Queridinha, não precisas de ficar toda educadinha para recusar, é só um almoço…
A minha paciência esgotou-se e saí de lá no mesmo momento, fui para a sala ao lado discretamente e esmurrei a parede, descarregando toda a raiva que foi retribuída com um choque por todo o meu braço. Dei um longo suspiro e voltei para a porta como se nada tivesse acontecido.
- Tia, deixa estar, a Amanda tem de ir para casa… - sibilei a última frase com um sorriso amarelo para a minha visita indesejada. – Fica para a próxima, não é?! Vamos ficar a tua espera… - o volume da minha voz caiu na última frase com uma falta de fôlego.
A expressão da minha tia bloqueou e não disse mais nada até que a porta fechasse. Enquanto isso a Amanda, com as suas “reverências” despedia-se apressadamente.
Assim que a porta fechou-se tia Olivia retomou os seus berros.
- És mesmo uma vergonha! A rapariga mais bem-parecida da tua escola aparece por cá e tu a descartas assim como lixo?! O que é que queres que o povo fale sobre ti? Que és uma Maria-rapaz mal vestida e sem escrúpulos que anda na confusão? Se percebesses a oportunidade que te apareceu aqui na porta, a oportunidade de mudares a tua reputação, a oportunidade de te verem como uma rapariga de verdade!
- Eu sei. – respondi a ela serenamente. – Mas não pisarei o mesmo chão que aquele bando de patricinhas.
A passo que deslocava ao meu quarto para absorver tudo isso e planear a minha fuga passei pela porta da cozinha, de onde saía um fumo cinzento com cheiro a queimado. A caçarola parecia uma chaminé e a panela escorria de molhos.
A passo que deslocava ao meu quarto para absorver tudo isso e planear a minha fuga passei pela porta da cozinha, de onde saía um fumo cinzento com cheiro a queimado. A caçarola parecia uma chaminé e a panela escorria de molhos.
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